A Ilha do Sal deixou de ser apenas um destino de praia para se tornar a vitrine turística e imobiliária de Cabo Verde. O sol o ano inteiro, as praias extensas e a acessibilidade a partir da Europa alimentam uma procura consistente por alojamento de curta duração. Para investir com segurança, porém, é crucial ir além do óbvio: avaliar a qualidade dos empreendimentos, verificar a infraestrutura local (água, luz, Internet), entender a sazonalidade da procura e definir um plano de gestão do imóvel. Este guia oferece uma leitura prática e realista do mercado de Sal para apoiar a sua decisão.
Um mercado impulsionado pelo turismo
Sal recebe uma fatia relevante das chegadas internacionais ao arquipélago. Em Santa Maria, o fluxo de turistas, nómadas digitais e praticantes de kitesurf sustenta a procura por apartamentos e moradias bem localizadas.
Os preços de compra, ainda competitivos face a destinos europeus, favorecem rendimentos interessantes, sobretudo em T0/T1/T2 perto da praia.
Qualidade construtiva: diligência indispensável
A qualidade varia conforme o promotor. Boas práticas incluem:
- Confirmar licenças e garantias.
- Solicitar vistoria independente (estrutura, canalização, acabamentos, salinidade).
- Preferir condomínios com administração experiente (manutenção preventiva contra humidade).
Infraestrutura e quotidiano
Em Santa Maria e Espargos, água e eletricidade são geralmente estáveis, com eventuais microcortes. A Internet (fibra/4G) melhorou e viabiliza o teletrabalho.
Existe oferta suficiente de comércio e serviços para estadias longas, embora mais limitada do que em capitais europeias. Fora das zonas urbanas, prepare-se para maior autonomia.
Arrendamento de curta duração: potencial e sazonalidade
A alta temporada (novembro–abril) eleva as taxas de ocupação acima de 80 %. Nas entre-estações, a procura abranda.
Desempenham melhor os imóveis:
- A poucos minutos a pé da praia.
- Mobilados com bom gosto + Wi-Fi estável + ar condicionado.
- Anúncios otimizados (fotografia profissional, calendário, avaliações).
Rendimentos brutos de 6–10 % são alcançáveis com preços dinâmicos e gestão eficiente. Para entender como o mercado se posiciona no contexto global do arquipélago, veja também a nossa análise sobre o crescimento imobiliário em Cabo Verde em 2025
Gestão de propriedades: fator decisivo para não-residentes
Empresas locais oferecem pacotes completos: check-in/out, limpeza, manutenção, atendimento e reporting.
As taxas variam entre 15–25 % da receita. Selecione com base em referências, contratos claros e transparência (extratos mensais, faturas, ocupação).
Comparação sintética
- Canárias / Madeira: mercados maduros, preços e regras de arrendamento mais exigentes.
- Marrocos (litoral): entradas variadas, maior complexidade administrativa/política.
- Sal: equilíbrio atraente entre acessibilidade, estabilidade, preço e procura turística.
Enquadramento legal e custos
A propriedade por estrangeiros é permitida. A escritura faz-se em cartório; um advogado local assegura titularidade e registos.
Em geral, preveja 3–5 % de custos (notário, registo, impostos).
O pagamento a pronto é comum; financiamento local existe, mas é menos usado por não-residentes.
Conclusão
Sal oferece uma combinação rara: estilo de vida, mercado turístico robusto e preços de entrada ainda razoáveis.
Com diligência adequada, foco no posicionamento do imóvel e uma gestão profissional, o investidor equilibra uso próprio e rendimento.
Para perfis “prazer + retorno”, Sal é uma escolha consistente.